O cashback parece ter se tornado o novo desconto. Não gastar demais é bom, mas receber dinheiro de volta é ainda melhor. Mesmo que no final das contas, os valores sejam basicamente os mesmos. Ganhar 5% de desconto ou 5% de cashback? Possivelmente, você vai optar pela segunda opção.
Em uma definição livre, “o cashback é um programa de incentivo operado por empresas em que uma porcentagem do valor gasto é devolvido ao titular do serviço ou produto negociado, uma quantia monetária, geralmente é conhecido como reembolso ou recompensa”. Usando a tradução ao pé da letra do inglês, cashback significa ‘dinheiro de volta’.
A novidade parece ter se tornado um diferencial competitivo no mercado. Um recurso muito utilizado por emissores de cartão de crédito, lojas virtuais, supermercados, farmácias. No Brasil, vem sendo muito divulgado em postos de combustíveis, onde o lojista, ao invés de conceder o tradicional desconto, devolve um percentual do valor através de uma vantagem que pode ser uma moeda virtual, milhas, brindes, dentre outros.
A estratégia é super válida, pois gera maior fidelidade dos consumidores que têm uma tendência maior de dar prioridade aos estabelecimentos que oferecem esse tipo de benefício. Estes valores devolvidos ao consumidor, normalmente, podem ser utilizados comprando novos produtos ou serviços naquela mesma empresa ou de parceiros. Ou seja, o dinheiro que foi devolvido ao consumidor, permanece nos caixas.
Parece ser algo completamente inovador, não é mesmo? Mas, pensando bem, existe um outro segmento que já trabalha com a ideia de devolver a quem investe parte do seu investimento. O nome não traz a mesma sofisticação do termo em inglês, e chega a ser estranho para quem ouve: sobras.
Apesar do nome não ser o mais chamativo, ele define bem seu significado. É simples: as sobras são o resultado financeiro da cooperativa, basicamente o lucro que ela teve durante o ano. Este resultado é dividido entre todos os associados anualmente, ou seja, toda movimentação que o cooperado realiza na cooperativa, aumenta sua participação na divisão das sobras.
Analisando por esse viés, a distribuição das sobras é muito semelhante ao cashback, não é mesmo? Assim, pode-se até dizer que o cooperativismo já faz cashback há quase 200 anos, considerando que a primeira cooperativa de que se tem notícia nasceu na primeira metade do Século XIX, em Rochdale, na Inglaterra.
Mas existem algumas diferenças. Uma delas é que, enquanto o cashback devolve seu dinheiro, na maior parte das vezes, no momento da compra, baseado em uma única transação, a cooperativa te remunera anualmente por todas as operações que você realizou no ano anterior.
A função do cashback e da devolução das sobras, no final das contas, são muito parecidas para quem recebe. A maior diferença mesmo está na essência. O cashback não é sobre o lucro da instituição, pois ele continua existindo para a empresa que o oferece e fica com seus donos. As cooperativas, por essência, não são organizações de capital, ou seja, os lucros não são o objetivo primordial, mas sim o desenvolvimento socioeconômico de seus cooperados e da comunidade onde estão situadas. Assim, elas buscam unir pessoas com objetivos semelhantes, todos se ajudam mutuamente e o resultado dessa ajuda é dividido entre os cooperados.
E aí, gostou do nosso conteúdo? Assine nossa newsletter para receber em seu e-mail os próximos posts e compartilhe no WhatsApp, Facebook ou LinkedIn.